Mosaico

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Projeto Piloto - A Morte do Mundo - Conto #1


 








Esse é o Projeto Piloto de uma história sobre o fim. Não é uma História em Quadrinhos, nem um livro de texto apenas. É uma mistura desses dois mundos em rascunhos. Sua opinião é importante para mim. Você teria vontade de ler algo assim? 

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A cidade, o Carnaval, o abandono



Depois de eu batalhar por mais de dez anos, consegui finalmente construir uma casa digna para morar. Essa casa foi construída com muito esforço, sacrifício e a perseguição de um sonho. Tive ajuda de muitas pessoas, mas eu precisei manter o sonho aquecido. Construída, resolvi fazer uma festa para meus amigos e parentes. Nessa casa eu descanso, crio meus novos ideais, sonho, me alimento, me banho, me estabeleço.
Não digo que mensalmente faço festas, mas quando faço, sempre é uma alegria tremenda e meus amigos e parentes sempre compartilham comigo dessa felicidade.

Numa dessas festas, no entanto, entraram bandidos. Eles se infiltraram como pessoas boas, mas não eram. Acabaram estragando boa parte da festa, roubaram alguns objetos da casa, pixaram algumas paredes, rasgaram o sofá, levaram um televisor. Não foi um dia bacana.

O que você acha que eu devo fazer? Arrumar a casa inteira novamente, deixa-la bela e convidar amigos novamente para a próxima festa ou devo simplesmente abandoná-la no período de festas e deixar que esses estranhos bandidos façam tudo isso de novo? Devo aumentar a segurança do meu lar ou devo abrir as portas e ir pra praia quando souber que essa gente má vem para cá?

Não parece óbvia a resposta? Não sei exatamente o que você faria, eu prefiro arrumar essa casa que deu tanto trabalho para construir do que abandona-la para gente que não dá valor para o trabalho e o desenvolvimento.

Fico pensando se não é isso que acontece com a Igreja na época de Carnaval.

Eu cresci doutrinado para entender que o Carnaval, essa época festiva, é uma coisa ruim e demoníaca. Momento onde a sexualidade, prostituição, tráfico de drogas são exaltados. Morando no Sul do país, sempre tive a visão de que Carnaval era algo do capeta.

Aí, um dia fui para o Rio de Janeiro justamente nessa época. Sério, eu achei que iria encontrar pessoas fazendo baixarias no meio da rua, gente se drogando o tempo todo, mulheres vestidas apenas de purpurina a lá Globeleza. Para a minha surpresa, nada disso.

Eu me despi da minha religiosidade, dessa imagem construída por quase trinta anos e pude ter outra ideia do que é o Carnaval. Vários blocos em diversas ruas pulando alegres. Pessoas vestidas com um colar havaiano e isso já era suficiente para a fantasia, o resto da roupa normal de andar na rua. Gente brincando alegre. Vi que o Brasil é um país festivo, alegre, cheio de cor e de som, de energia. E eu fiquei imaginando tudo isso sendo resgatado para o próprio Deus.

Não estou falando que não acontece prostituição, drogas e outras coisas realmente ruins. Mas não é só isso que acontece, tem muita coisa boa que acontece, mas que apagamos por conta das coisas que não são boas, que são distorcidas, roubadas, destruídas, situações que mostram a condição da natureza humana caída.

O que tenho visto, é uma comparação com o início desse texto. Há pessoas que tem um sonho bom, constroem um ideal, uma cultura, uma coisa realmente bela. Vem outras pessoas com o coração contaminado e estragam tudo o que foi construído. E o que as igrejas tem feito (ou muitas delas)? Tem abandonado sua própria cidade, fugindo para retiros nessa época ‘pecaminosa e demoníaca’. Ora, o demônio e o pecado não se instalam senão por meio do ser humano.  E as pessoas que julgam ter “A Verdade” fogem de estarem influenciando, de estarem sendo a luz no meio da escuridão.

Não me entenda mal – o retiro é algo realmente bom e importante para qualquer cristão – é um momento onde temos tempos a sós com Deus, que conhecemos gente nova, que estamos nos separando por um período para louvar a Deus, ter comunhão, estudo da Palavra e por que não diversão também? Mas acredito que outros períodos poderiam ser utilizados para isso, como os feriados de setembro, novembro ou outros tantos que temos.

Também não tenho vontade de ver o Carnaval transformado em eventos “Gospels”, acho que a cultura Gospel, me perdoem, é ainda muito pobre em diversos aspectos, justamente por que as pessoas abandonam qualquer coisa que tenha gente influenciando negativamente. Bem, vejam a Marcha para Jesus por exemplo – é um evento muito bacana, pessoas se unindo para adorar a Deus, marchar pela cidade com alegria e louvor, algo que o povo brasileiro sabe fazer muito bem. Aí entram pessoas com o coração distorcido se aproveitando desse evento para promover sua própria igreja, sendo exclusivista e excludente, politicagens, etc. então muita gente cristã começa a desgostar do evento por ter pessoas ali com o coração distorcido e simplesmente abandona a Marcha, não só isso, como promove a difamação do mesmo.
Jesus nunca nos tirou do mundo, apenas pediu que nos livrasse do mal, mas vivemos no mundo. Não somos feitos para criar uma colônia espacial só de evangélicos, um monastério ou qualquer coisa do gênero. Temos que nos preparar e nos fortalecer da Palavra para influenciar com a Luz de Cristo. Temos que trabalhar arduamente nas áreas de influência e a Cultura e Arte certamente é uma área de influência poderosa.
Enquanto abandonamos o Carnaval, deixamos todo o tipo de coisas ruins discipular a nação inteira. Somos omissos, medrosos, covardes. Temos que mudar isso! Temos que agir como Jesus que não veio para curar os sãos, veio para os doentes, para os pobres – aumente a perspectiva dessas palavras – os doentes de espírito, pobres da presença de Deus!

Acho que a igreja evangélica não está preparada para ler isso, mas eu creio que devemos participar do Carnaval fazendo a diferença. Forte isso? Sim! Porque somos doutrinados desde a infância para entender que o Carnaval é do Diabo. Mas Cristo tem poder para resgatar todas as coisas, e somos seus embaixadores. O Diabo não é dono da alegria, da festividade, mas ele certamente, através de pessoas, usa essas coisas para discipular seus ensinamentos malditos.

Deveríamos fazer festas com a unidade das igrejas, fazer algo realmente maravilhoso. Fazer com que as pessoas olhem para as igrejas como um lugar onde há festa, há alegria, fazer com que as pessoas vejam que não é errado ser feliz e ser cristão ao mesmo tempo. Que devemos sim renunciar as práticas do pecado, mas nem por isso sermos seres monopolizados e infelizes. Temos que deixar que a diversidade que Deus colocou em cada ser transpareça para glorificar ao nome de Deus.
Imagina a Sapucaí, com seus carros alegóricos, roupas festivas, danças, músicas entregando tudo isso a Deus? Claro que não teria o culto ao sexo e ao corpo como é hoje, e é assim porque a natureza do homem é caída, mas pode ser resgatada pelo poder da Cruz, ou não? Claro que sim! Esse evento é tão artístico quanto um Cirque du Soleil. E a arte é a expressão da graça de Deus no ser humano, que consegue se expressar e impressionar os seus iguais.

Eu sei, estou sendo utópico. O mal vai continuar querendo encontrar os seus lugares para frutificar. O homem vai deixar o mal se enraizar e vai produzir todo o tipo de trevas. Mas é por isso que devemos abandonar o homem para si? Devemos deixar o homem destruir a cidade e depois voltaremos para ela simplesmente catando os caquinhos de almas perdidas? Não. Devemos nos posicionar, falar do amor de Cristo, viver o amor de Cristo, deixar que Cristo viva em nós e transparecer com nossas atitudes.

Esse texto e ideia vão desagradar. Quem não é cristão, vai odiar, achando que eu tenho vontade de ver um carnaval empobrecido ou extinto. Quem é evangélico vai achar que estou querendo misturar trevas com luz, que eu estou com um pensamento maligno. Tenho certeza que poucos concordarão comigo. Mas não estou aqui para receber o acordo de todos, nem conquistar fãs, mas para falar que Deus quer que sejamos humanos com a natureza resgatada, e entreguemos as maravilhas para Ele, sem perder a originalidade e arte.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Malafaia x Gabi - e daí?


Minha opinião: Malafaia x Gabriela:
Vou começar pela minha conclusão - minha sensação é que eu estava assistindo dois cachorros brigando. Por quê? Vou precisar de algumas linhas para responder isso.

O que eu vi é a Marília Gabriela mais atacando do que explorando os assuntos do Silas. Sei que é a polêmica a sua assinatura, e também forma de conquistar audiência, mas confesso que a acho arrogante e parecia que ela estava mais interessada em dar um nocaute no entrevistado do que explorar e debater os assuntos propostos por ela.

Vi um Silas acuado usando da tática "a melhor defesa é o ataque", ficando por certo nervoso em responder as perguntas da entrevistadora. Foram assuntos difíceis que ficaram muito na superfície por falta de tempo para cada pergunta e por parecer que o Silas mais queria se defender do que responder com clareza. Obviamente, se eu estivesse no lugar dele, eu estaria muito mais nervoso e talvez teria respondido pior que ele, mas as respostas dele na maioria das vezes rodeava ou simplesmente justificava um erro com outro erro.

Em diversos pontos não concordei com o ponto de vista do Silas:

Primeiro, eu não acredito na Teologia da Prosperidade (tanto no besteirol como ele diz, quanto nela em si). Eu acredito que a prosperidade é a ausência da necessidade, assim como Jesus disse: "Buscai primeiro o Reino de Deus e essas coisas (vestimenta, comida, lugar para dormir) vos serão acrescentadas". Jesus ensina que devemos ser totalmente dependentes de Deus e não do dinheiro. O "sistema de recompensas" dita por Silas, não é o que a Bíblia coloca. O que a Bíblia diz que merecemos é a morte, mas Jesus nos deu a oportunidade de ter a vida. Essa oportunidade passa por atitudes de nossa parte em aceitar que Cristo pagou por nossos pecados ou rejeitar. O que passar da salvação, é lucro. A Teologia da Prosperidade ensina um grande erro: que podemos trocar, barganhar, manipular o Reino de Deus, e isso faz com que pessoas entrem na igreja com coração de ganância.

Silas também parece comparar bandido com homossexual (ou homoafetivo, como preferir). Não acho que ele quis dizer isso, acho realmente que ele quis dizer que não concorda com a postura de bandido, mas pode amá-lo e que não concorda com a postura homossexual e pode amá-lo. Infelizmente não caiu bem a comparação. Por outro lado, a Gabi comete o mesmo erro em comparar o ato sexual de homoafetivo com os de animais. Sim, animais podem ter atos homossexuais, bem como matar sua cria depois que nasce ou canibalismo e nem por isso esses dois últimos atos são aceitos pela sociedade. Acho que a Gabi foi incoerente nesse aspecto.

Jesus nos ensina que devemos ser simples como a pomba, porém astuto como a serpente. Acho que faltou um pouco da simplicidade da pomba em Malafaia, sei que é o jeito dele, mas acredito que faltou essa moderação que Jesus nos ensina.

Vi crentes se dividindo sobre a entrevista: uns odiando e outros admirando e por vezes endeusando o pastor. O que eu acho? Acho que ele é tão humano quanto nós, uma pessoa que tem seus defeitos sim, mas que (eu acredito) busca fazer a vontade de Deus. Não o conheço pessoalmente, mais que isso, então, não poderia dizer. É certo que não concordo com alguém que vende uma Bíblia por R$ 900,00, já que essa deve ser a mais barata possível, alcançando a todas as pessoas. Mas eu assisti a algumas pregações dele e acho que posso reter muita coisa boa. É o que Paulo diz: retenha o que é bom - simplesmente isso.
Eu achei que a Gabi só atacou e falhou como entrevistadora. Eu a acho (é uma impressão minha) arrogante e que tenta exultar sua inteligência.

Por fim, o que consigo ver de tudo isso é: quem odeia o Silas vai odiá-lo mais ainda e quem o admira vai admirá-lo mais ainda. A mim não fez diferença. Acho que falta preparo para ele falar sobre homossexualidade, como para a grande parte da igreja - sim, é um assunto difícil e requer cuidado, pois as vezes defendendo o seu posicionamento você simplesmente aumenta a carga de culpa e não traz solução nenhuma.

Por isso digo, para mim, pareceu mais uma briga entre dois cachorros e ninguém ganhou (apenas publicidade para as duas partes).