Mosaico

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Vira-lata não gosta de trabalho

Para não sentir basta não se envolver. É mais fácil não trilhar o amor para não se ferir. O caminho da não dor é amplo, fácil e covarde. Enrolaremos nossas bandeiras para daqui quatro anos, ou esconderemos para nunca mais? Ou vestiremos uma camisa que está acima da paixão do futebol? Sairemos às ruas para trabalharmos em nosso direito, ou deixaremos a vida ser banal e sentar no sofá afinal? A História não é feita por covardes, mas por amantes e apaixonados que se entregam a uma causa. Há quem tenha apenas futebol, triste fim, acabou, morreu. Paixão pela nação há poucos, vergonha de ser brasileiro - muitos! E os que nem futebol tinham. Os que preferem trilhar o caminho da covardia se escondendo por baixo da capa da falsa intelectualidade.

Vários comentários dizendo que a Alemanha é muito mais maravilhosa que o Brasil em grandes aspectos, sobretudo na educação, política, ciência, e agora destacadamente no futebol.

A Alemanha é uma nação conhecida desde antes de 100 d.C., quanto que o Brasil, teoricamente torna-se nação independente há nem 200 anos ainda. A Alemanha ama sua cultura e suas raízes, as fortalece, as exalta, transmite para suas futuras gerações. O Brasil ainda é influenciado pelo sistema colonialista.

O Brasil era o quintal de Portugal. Daqui se tiravam as riquezas e se depositava o lixo. Aqui não era permitido ter um povo com conhecimento, apenas trabalhadores baratos para extraírem a matéria-prima e importa-la ao velho mundo.

O Brasil saiu da colônia há 200 anos, mas a Colônia ainda não saiu do Brasil, ou do brasileiro. O brasileiro é tão carente de história (digo, de conhecimento histórico próprio) que muitos cidadãos preferem ter outra nação como sendo do coração. Muito brasileiro se sente como um vira-lata que queria ser um cão Pastor (alemão!). Até os americanos tem seus cavalos Mustangue (que é a miscigenação de raças puras de cavalos trazidos por europeus), mas nós brasileiros temos vergonha dessa mistura, mas a vergonha não vem pela miscigenação, vem pela falta de história e pela vontade de fugir daqui, ir para um lugar belamente já construído. Construir dá trabalho e o vira-lata quer algo pronto, sem trabalhar – parece com uma das infâmias de nosso país, querer tudo ao menor esforço.

Há 200 anos era proibida a entrada de livros, construção de universidades, qualquer cultura tida como elevada. Pense, temos pouco tempo da libertação cultural. Argumentam que futebol não é importante tanto quanto um prêmio Nobel – mas não é mesmo! Sem comparação, é tão absurdo como comparar uma galinha com música, ou o vento com uma galáxia – são categorias totalmente diferentes, o esporte em si nunca tocaria um prêmio Nobel.

Esses posts sobre como é melhor viver lá fora é antipatriota. Patriota não é um idiota, patriota é o cidadão que pensa em sua nação, em sua família, em seus amigos, em seu redor e tenta transformar o seu ambiente num lugar melhor para seu próximo mais do que para si.

Os posts jogados nas redes sociais de como o Brasil é imperfeito são verdades, não mentiras. Mas verdades curtas. Apresentar a uma pessoa à realidade ruim (ou má, ou desiquilibrada) a qual ela se expõe de maneira conclusiva sem mostrar um caminho de esperança a qual ela possa trilhar para mudar de direção é o mesmo que massacra-la. Um massacre, um 7x1. O divino está em apresentar ao cidadão à má realidade com um caminho de esperança a trilhar, fora disso, é diabólico.

Espero que essa derrota histórica no futebol possa nos mostrar um belo caminho, mesmo em meio a dor e vergonha. Sabermos onde estarmos e onde queremos chegar é um bom começo. O caminho de que a esperança não está no futebol, e que o futebol não é coisa ruim, mas a esperança é aceitar a graça de Deus e trabalhar na educação, na diminuição da desigualdade social, no fortalecimento da real história nacional, para que não nos sintamos como um povo sem raiz, mas que transforma sua realidade desgraçada, redimindo ao Divino, todas as esferas de influência da humanidade. Mas isso, amigo, isso dá trabalho.

terça-feira, 18 de março de 2014

Fazer o bem para o bem fazer


Não faço o bem para me sentir bem, faço o bem para fazer o bem. Mas é verdade que quando faço o bem eu me sinto bem. Principalmente quando eu faço o bem sem esperar nada em troca. É verdade também que quando assim o faço, ganho muito em troca. Pode parecer piegas, mas ver o fruto do trabalho é algo maravilhoso e esse fruto pode ser o sorriso de uma criança, a mudança de um comportamento de um adolescente, o direcionamento profissional de alguém que não tinha oportunidade. Não, não falo dos bens materiais - esses são efêmeros e mais efêmeros os prazeres que podem proporcionar.

E por que me sinto bem quando faço o bem sem nada querer em troca? Acho que é o encontro do propósito de vida. Explico. Fomos criados para apenas praticar o bem, o mal não deveria encontrar espaço para existir. Mas acontece que o egoísmo é uma praga que se instalou em nós desde os primórdios. Desde que o homem começou a querer ter o controle de tudo. O homem olhou para si e se achou um deus, achou que merecia ser servido, achou que merecia usar da submissão com seu igual, amaldiçoou-se. E vivemos num mundo repleto de egoísmo, ficamos preocupados com o que é “meu”. Meu emprego, meu carro, minha casa, minha vida. A supervalorização do indivíduo ante ao coletivo. E nos vemos sufocados dia após dia no nosso próprio ‘universozinho’ incompleto. Não há plenitude no individual, somos apenas uma peça de quebra-cabeças e sozinhos, pouco valor temos.

Quando deixamos de praticar o bem, simplesmente praticamos o mal. O bem é como a luz, se a luz apagar a escuridão toma seu lugar, não existe meio termo - ou aceso ou apagado, ou luz ou escuridão. E o bem é luz. Se deixamos de iluminar, então estamos entrevados e difundindo escuridão.
Quando o bem fazemos, encontramos nosso propósito de vida. Pois todo o bem vem de Deus, que nos criou imagem e semelhança. Quando não fazemos o bem, estamos longe de Deus, não somos dEle e nem estamos cumprindo com o nosso propósito de vida.

Ser luz é útil apenas onde há escuridão. Não é injusto uma rua esburacada e com calçadas estragadas e mal feitas? Sim, amigo, você paga seus impostos, mas o Governo se importa? Você espera que o governo faça tudo e se não fizer você fica reclamando da injustiça. Pois bem, por que não aproveita para ser instrumento de justiça onde há injustiça? Se o governo não faz, você acha que a justiça cai do céu? Cai. Cai quando somos usados pelo Céu para arrumar o que está desarrumado. Ser o próprio instrumento de justiça é ser luz, é fazer o bem. “Mas vai ficar por isso mesmo? O que eu ganho em troca”? Pois é. Com essa mentalidade, nada! Porque você está esperando algo em troca, não vai reconhecer quando o bem voltar a você. Não espere o governo. Faça. Não espere o lixeiro catar o lixo - não jogue e junte. Não espere que as crianças que não tem tantas opções de entretenimento e cultura sejam o futuro da nação - compartilhe seus conhecimentos com elas. Seja a luz e o instrumento da justiça.

Não prometo que sentirás bem - sei que sinto e sinto pois entendi meu propósito, não há vazio para preencher, pois quando faço o bem, a Deus entrego meu ser como sacrifício, deixo que Deus me use, pois o bem não vem de mim e sim dEle. Sou agraciado pois deixo que Sua graça tome o controle de mim. E quando isso acontece experimento o Paraíso.