Para
não sentir basta não se envolver. É mais fácil não trilhar o amor para
não se ferir. O caminho da não dor é amplo, fácil e covarde.
Enrolaremos nossas bandeiras para daqui quatro anos, ou esconderemos
para nunca mais? Ou vestiremos uma camisa que está acima da paixão do
futebol? Sairemos às ruas para trabalharmos em nosso direito, ou
deixaremos a vida ser banal e sentar no sofá afinal? A História não é
feita por covardes, mas por amantes e apaixonados que se entregam a uma
causa. Há quem tenha apenas futebol, triste fim, acabou, morreu. Paixão
pela nação há poucos, vergonha de ser brasileiro - muitos! E os que nem
futebol tinham. Os que preferem trilhar o caminho da covardia se
escondendo por baixo da capa da falsa intelectualidade.
Vários comentários dizendo que a Alemanha é muito mais maravilhosa que o
Brasil em grandes aspectos, sobretudo na educação, política, ciência, e
agora destacadamente no futebol.
A Alemanha é uma nação conhecida desde antes de 100 d.C., quanto que o
Brasil, teoricamente torna-se nação independente há nem 200 anos ainda. A
Alemanha ama sua cultura e suas raízes, as fortalece, as exalta,
transmite para suas futuras gerações. O Brasil ainda é influenciado pelo
sistema colonialista.
O Brasil era o quintal de Portugal. Daqui se tiravam as riquezas e se
depositava o lixo. Aqui não era permitido ter um povo com conhecimento,
apenas trabalhadores baratos para extraírem a matéria-prima e importa-la
ao velho mundo.
O Brasil saiu da colônia há 200 anos, mas a Colônia ainda não saiu do
Brasil, ou do brasileiro. O brasileiro é tão carente de história (digo,
de conhecimento histórico próprio) que muitos cidadãos preferem ter
outra nação como sendo do coração. Muito brasileiro se sente como um
vira-lata que queria ser um cão Pastor (alemão!). Até os americanos tem
seus cavalos Mustangue (que é a miscigenação de raças puras de cavalos
trazidos por europeus), mas nós brasileiros temos vergonha dessa
mistura, mas a vergonha não vem pela miscigenação, vem pela falta de
história e pela vontade de fugir daqui, ir para um lugar belamente já
construído. Construir dá trabalho e o vira-lata quer algo pronto, sem
trabalhar – parece com uma das infâmias de nosso país, querer tudo ao
menor esforço.
Há 200 anos era proibida a entrada de livros, construção de
universidades, qualquer cultura tida como elevada. Pense, temos pouco
tempo da libertação cultural. Argumentam que futebol não é importante
tanto quanto um prêmio Nobel – mas não é mesmo! Sem comparação, é tão
absurdo como comparar uma galinha com música, ou o vento com uma galáxia
– são categorias totalmente diferentes, o esporte em si nunca tocaria
um prêmio Nobel.
Esses posts sobre como é melhor viver lá fora é antipatriota. Patriota
não é um idiota, patriota é o cidadão que pensa em sua nação, em sua
família, em seus amigos, em seu redor e tenta transformar o seu ambiente
num lugar melhor para seu próximo mais do que para si.
Os posts jogados nas redes sociais de como o Brasil é imperfeito são
verdades, não mentiras. Mas verdades curtas. Apresentar a uma pessoa à
realidade ruim (ou má, ou desiquilibrada) a qual ela se expõe de maneira
conclusiva sem mostrar um caminho de esperança a qual ela possa trilhar
para mudar de direção é o mesmo que massacra-la. Um massacre, um 7x1. O
divino
está em apresentar ao cidadão à má realidade com um caminho de esperança
a trilhar, fora disso, é diabólico.
Espero que essa derrota histórica no futebol possa nos mostrar um belo
caminho, mesmo em meio a dor e vergonha. Sabermos onde estarmos e onde
queremos chegar é um bom começo. O caminho de que a esperança não está
no futebol, e que o futebol não é coisa ruim, mas a esperança é aceitar a
graça de Deus e trabalhar na educação, na diminuição da desigualdade
social, no fortalecimento da real história nacional, para que não nos
sintamos como um povo sem raiz, mas que transforma sua realidade
desgraçada, redimindo ao Divino, todas as esferas de influência da
humanidade. Mas isso, amigo, isso dá trabalho.
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